PLUSEITIM é um desejo despudorado de praticar, apreciar e validar a pornografia como arte. Surge dos afetos, da amizade, de colecionadores e artistas que curtem o mesmo. Aprecia os corpos em sua diversidade, a política libertária, o consentimento, o sujeito e seus discursos relativos que precisam ser apropriados por artistas amorosos e auspiciosos. PLUSEITIM nasce no terreno seco do cerrado brasiliano, como desejo e gozo de seu tempo. Rememora um parente romântico, da literatura do século 19, o "plus ultra" – para um além. Para uma soma, uma imanência da sexualidade, libertadora, libertina e libertária; líber.

Não se centra como pedra angular de nada, mas se junta como parceira de tantos outros esforços que ventilam a sexualidade humana, no Brasil e no mundo. Não pelas vias do proibicionismo, da violência, da guerra ou da mórbida e hipócrita moral normativa dominante. Falamos aqui de uma sexualidade consentida, cujo plus é liberdade – individual, mútua e coletiva. Queremos uma arte que integre o tesão em suas diversas formas, sendo este o único fio condutor de nossa curadoria: tem que ser feito com tesão, para o tesão. Porque, sem tesão, como diria Roberto, não tem solução. O tesão corre nas veias de cada trabalho aqui colocado e precisa ser assim para ser arte.

PLUSEITIM nasce no Brasil descentralizada e independente. Comprometida com uma subjetividade e uma erótica capacidade de vir a ser que assina a juventude e coroa a maturidade. É antropófaga, abrasileirada, brutalista, nativa, contraditória, bonitinha e ordinária. Porque essas terras do Cruzeiro do Sul é território mágico, tropical, quente e safado. E tal qual são seus frutos: oblíquos e dissimulados. Uma arte malandra que arrota o último jantar em tons acadêmicos e se faz corajosa como as águas de uma cachoeira.

Nós acreditamos em liberdade, democracia, artistas independentes, espiritualidade anárquica e em uma estética exuberante. Produto de múltiplos amantes e casos, seguimos dissertando nossas verdades curiosas. Nós crescemos em famílias, ao aroma de feras em cio que habitam ao nosso redor, compartilhando dores, alegrias, beijos e abraços quentes. Algo da nossa essência aponta para a floresta, pra diversidade – não somos, nem acreditamos em desertos higienizados. Temos preguiça disso. Somos mata fechada! E é dentro da mata que conhecemos Deus, Deise e todes us encantades que aqui (co)habitam. Está tudo as vistas, basta ceder aos olhos e desejos pra crer. E assim é a arte em PLUSEITIM.